O termo capacidade, mencionado isoladamente,
esta associado à idéia de competência, volume máximo ou quantidade máxima de
“alguma coisa”.
São várias as definições de capacidade de produção. Mas
todas elas apresentam, naturalmente, pontos em comum. O destaque a seguir
apresenta algumas destas definições adotadas por alguns autores de destaque:
C
O
N
C
E
I
T
O |
Capacidade
de produção
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Moreira (1998) chama de capacidade a quantidade máxima
de produtos e serviços que podem ser produzidos numa unidade produtiva, num
dado intervalo de tempo.
Stevenson (2001) considera que a capacidade se refere a
um limite superior ou teto de carga que uma unidade operacional pode
suportar. A unidade operacional pode ser uma fábrica, um departamento, uma
loja ou um funcionário.
Slack et al (2002) definem capacidade de produção como
sendo o máximo nível de atividade de valor adicionado em determinado período
de tempo que o processo pode realizar sob con-dições normais de operação.
Gaither & Frasier (2001) se referem à definição de
capacidade dada pelo Federal Reseve Bo-ard: “o maior nível de produção que
uma empresa pode manter dentro da estrutura de uma programação de trabalho
realista, levando em conta um período de inatividade normal e su-pondo uma
disponibilidade suficiente de entradas para operar a maquinaria e o
equipamen-to existente”.
Ritzman & Krajewski (2004) se reportam à definição
do Census Bureau: “capacidade é o mai-or nível de produção que uma empresa
pode manter razoavelmente empregando horários de trabalho realistas dos
funcionários e o equipamento atualmente instalado”.
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Como visto, a capacidade está associada à quantidade
máxima de um produto (produto = bem + serviço) que se pode produzir em
determinado tempo em uma unidade produtiva. Em que pese este conceito simples,
devido a diversos fatores, a definição e medida de capacidade, em certos casos
tornam-se complexos. O conceito de capacidade deve ser estratificado em outras
definições mais específicas e de maior grau de utilidade para seu planejamento.
A denominação utilizada para cada tipo de capacidade definida pode variar de
autor para autor, ou de organização para organização. Porém, o significado do
conteúdo, independente da terminologia, permanece comum.
É a capacidade máxima que uma unidade produtora pode
produzir se trabalhar ininterruptamente, sem que seja considerada nenhuma
perda. Em outras palavras, é a produção que poderia ser obtida em uma unidade
fabril trabalhando 24 horas por dia, todos os dias da semana e todos os dias do
mês, sem necessidade de parada, de manutenções, sem perdas por dificuldades de
programação, falta de material ou outros motivos que são comuns em uma unidade
produtiva. Trata-se de uma medida hipotética, uma vez que, na prática, é
impossível uma empresa funcionar ininterruptamente. Porém, não deixa de ser uma
medida importante para tomada de decisão de nível estratégico, com relação à
necessidade ou não de ampliação da capacidade, uma vez que se trata de um valor
de produção que nunca poderá ser ultrapassado sem ampliação das instalações.
É a quantidade máxima que uma unidade produtiva pode
produzir durante a jornada de trabalho disponível, sem levar em consideração
qualquer tipo de perda. A capacidade disponível, via de regra, é considerada em
função da jornada de trabalho que a empresa adota.
Existem duas formas de aumentar a capacidade disponível:
- aumento
da capacidade instalada: consiste em aumentar a quantidade de
máquinas, em adquirir máquinas com maior capacidade de produção, enfim, na
expansão da planta industrial. Desta forma, com a mesma jornada de trabalho, a
empresa pode produzir mais. O custo da mão-de-obra, em apenas um turno de
trabalho, é menor, porém investimentos na planta industrial representam custos
fixos geralmente elevados;
- aumento
de turnos de trabalho: O custo da mão-de-obra aumenta quando se
aumentam os turnos de trabalho em função da necessidade de pagamento de
“adicional noturno”, necessidade de transporte durante a madrugada para os
funcionários, necessidade de mão-de-obra indireta para supervisão dos turnos e
assim por diante. Porém, trata-se de um custo variável.
Grau
de disponibilidade: a capacidade instalada e a capacidade disponível
permitem a formação de um índice, denominado grau de disponibilidade. Que
indica, em forma percentual, quanto uma unidade produtiva está disponível, conforme
a fórmula.
Grau de
disponibilidade
Grau de disponibilidade=capacidade disponível
capacidade instalada
Capacidade efetiva ou carga
A capacidade efetiva representa a capacidade disponível
subtraindo-se as perdas planejadas desta capacidade. A capacidade efetiva não
pode exceder a capacidade disponível, isto seria o mesmo que programar uma
carga de máquina por um tempo superior ao disponível.
Perdas de capacidade planejadas: são
aquelas perdas que se sabe de antemão que irão acontecer, por exemplo:
- necessidade
de set-ups para alterações no mix de produtos;
- manutenções
preventivas periódicas;
- tempos
perdidos em trocas de turnos;
- amostragens
da qualidade etc.
Perdas de capacidade não planejadas: são
perdas que não se consegue antever, como por exemplo:
- falta
de matéria-prima;
- falta
de energia elétrica;
- falta
de funcionários;
- paradas
para manutenção corretiva.
Grau de utilização: a capacidade disponível
e a capacidade efetiva permitem a formação de um índice, denominado grau de
utilização. Que representa, em forma percentual, quanto uma unidade produtiva
está utilizando sua capacidade disponível, conforme a fórmula.
Grau de utilização
Grau de utilização = capacidade efetiva
A capacidade realizada é obtida subtraindo-se as perdas
não planejadas da capacidade efetiva, em outras palavras, é a capacidade que
realmente aconteceu em determinado período.
Índice de eficiência: a
capacidade realizada, quando comparada à capacidade efetiva, fornece a
porcentagem de eficiência da unidade produtora em realizar o trabalho programado,
conforme a fórmula.
Índice de eficiência
Índice de eficiência= capacidade realizada
capacidade efetiva